Pola Igualdade Real nas organizaçons mixtas
Comunicado por mor da disoluçom da Comissom Feminista Causa Galiza
A Jornada de luita do 8M para as mulheres de Causa Galiza consistiu, paradoxal e tristemente, na auto-disoluçom da Comissom Feminista.
As razóns que fundamentarom a auto-disoluçom fôrom as que seguem:
1. A agressom verbal que sofreu umha integrante da Comissom Feminista por parte dum companheiro da organizaçom. Pensamos que ante as discrepáncias que se podem dar dentro dum espaço de militância assemblear e horizontal como é Causa Galiza, a resposta à confrontaçom tem que estar baseada no respeito e na dialética e nom no ataque pessoal ou agressom verbal. Sabemos que estes comportamentos som e fôrom sistemáticos tanto connosco como com as companheiras que nalgum momento tivérom responsabilidades dentro da organizaçom. Nom estamos dispostas a ter que assumir este tipo de atitudes em espaços que deveriam ser seguros para nós.
2. O acontecido em relaçom a umha Palestra que se ia realizar com vistas ao 8M. Quando a mesma companheira, parte da Comisom Feminista, e encarregada de moderá-la, formula objeçons sobre a idoneidade da palestra nos termos em que foi acordada polos membros do Conselho Executivo -todo homes, salvo umha única mulher presente no momento em que se decide-, acusou-se-lhe de falta de compromisso e responsabilidade, e questionárom-se os motivos que alegou para nom levá-la a cabo do jeito no que estava previsto por eles. As que faziamos parte desta Comissom consideramos que todo aquilo que tenha a ver com o feminismo devemos ser nós, as mulheres, as que decidamos, e nom imos passar por que os homens da organizaçom nos julguem por isso.
3. Consideramos que umha organizaçom que se di feminista deve predicar com o exemplo. Se estas atitudes, comentários e agressons machistas nom se tenhem em conta e nom suponhem nenhum tipo de consequência para quem as perpetra, a Comissom Feminista, por coerência, deve deixar de participar nesta organizaçom. As mulheres nom estamos dispostas a encobrir e tapar a misogínia implícita nestas dinámicas que ademais se contraponhem diretamente ao ideário político da própria organizaçom. É a nossa responsabilidade como militantes feministas agir e previr outras mulheres para que nom tenham que sofrer estas situaçons.
4. Nom é permissível que desde os espaços de militância mixta um suposto companheiro faga escárnio, difame, e ataque as mulheres da organizaçom. Que se vulnere a privacidade das e dos militantes e da própria organizaçom, fazendo difusom de áudios, mensagens e capturas das conversas do Comité Executivo da organizaçom a pessoas alheias a esta, com o único objetivo de criar conflito e dividir sem que estas açons provoquem umha análise profunda dos feitos dentro da organizaçom e conseqüências diretas para a pessoa responsável das mesmas.
5. É um feito observável a escassa participaçom de mulheres nesta e noutras organizaçons mixtas. Um dos motivos principais para que isto seja assi é o papel que se nos outorga dentro dela(s): mulheres “floreiro”, que pomos a cara para ler o que já está escrito, mas que nom devemos realizar objeçons nem crítica, já que quando fazemos isto somos objecto de ataques, infravaloraçons e ninguneo por parte dalguns companheiros, sem que isto suponha nenhum problema para quem age deste jeito. A consequência direta disto é que as mulheres marcham da organizaçom, tachadas de exageradas ou tolas, ou acusadas de querer fazer “campanha” contra quem tem estas atitudes misóginas -a clásica estratégia de vitimizaçom dos agressores machistas-.
Após meditá-lo detidamente, as componentes da já desfeita Comissom achamos necessário unanimemente fazer umha reflexom funda e umha autocrítica, tanto a nível interno como organizaçom, como a nível externo.
Desta reflexom concluímos que era preciso dar luz a estas dinámicas nocivas para, por umha parte, evitar, no possível, que isto volva acontecer-lhes a outras mulheres; e por outra, a conviçom de que as atitudes e dinámicas de trabalho androcéntricas e machistas som comuns, naturalizadas e invisibilizadas também noutras organizaçons mixtas. Nom imos ficar caladas, queremos poder militar em espaços seguros e poder fazer o nosso trabalho sem agressons nem ingerências de companheiros que diante dumha resposta asertiva reagem agressivamente com a intençom de invalidar o trabalho das companheiras e ante a passividade de muitos dos companheiros homens.
Achamos totalmente necessária e urgente a formaçom em igualdade e em violências machistas dentro das organizaçons mixtas, asi como em feminismo, já que este nom é un adjectivo que colar num panfleto para fazer bonito: é umha luita política das mulheres pola igualdade. Esta formaçom deve ser comprometida, contínua, séria e prioritária nos objetivos de qualquer organizaçom que tencione ser feminista e contar com mulheres entre a sua militância. É o único jeito eficaz para rematar com este tipo de situaçons, tam conhecidas por muitas -demassiadas!- mulheres.
Por todo o anterior, achamos que cumpre partilharmos isto com todas vós, porque estas dinámicas estam presentes no terreio de militância, no tecido associativo, nos âmbitos de ativismo e também no dia a dia em espaços de construçom e açom coletivas como organizaçons vizinhais, comités sindicais, espaços de trabalho... Queremos feitos!! Temos que começar a ser e relacionar-nos segundo as regras que exigimos para a sociedade que queremos construir, e deixar de reproduzir as inércias que trazemos desta na que habitamos.
Por isso queremos fazer-vos participes desta reflexom e autocrítica tanto a nivel de militância coletiva como da militancia individual feminista para poder transformar estas dinámicas patriarcais que impedem avançar na luita pola justiça social e a igualdade real.
– A nossa voz e o nosso traballo é igual de válido que o dos companheiros.
– As comissons feministas das organizaçons mixtas som espaço de trabalho, análise e reflexom profunda da luita específica das mulheres. A crítica construtiva é aceitada, mas em assuntos referidos ao feminismo somos nós as que decidimos.
– Nom somos umha quota paritária nas organizaçons. SOMOS MILITANTES!
– Respeitamos os espaços e dinámicas de trabalho coletivo, as agendas e tempos acordados coletivamente e a todos os companheiros, e exigimos o mesmo respeito para as companheiras militantes.
– Nom toleramos -tampouco em contextos informais- comentários despetivos, observaçons ou apreciaçons sobre os nossos corpos, orientaçom sexual, ou a nossa vida pessoal: estas atitudes geram, entre outras questons, relaçons desequilibradas e irrespetuosas dentro da militância.
– Achamos que o melhor jeito de fazer as cousas é predicando com o exemplo, tanto a nível individual como coletivo dentro da organizaçom. Nom toleramos que se difundam mentiras, juízos de valor pessoais, nem ataques interessados para calar, difamar e invalidar as companheiras que ponhem o seu esforço e trabalho na sua militância.
– Cremos que ficar em silêncio ante atitudes nocivas fere, e muito, tanto as relaçons entre companheiros e companheiras como o desenvolvimento da agenda e a conquista de objectivos da Organizaçom. Quando umha mulher sofre umha agressom, seja qual for a natureza desta, o siléncio e a passividade de quem conhecer o feito contribui à normalizaçom, invissibilizaçom, minimizaçom e perpetua este tipo de atitudes, fazendo cúmplice a quem cala e nom reage.
Queremos realizar um chamamento ao movimento feminista galego, ás mulheres que na sua militância individual e no dia a dia topam com estas dinámicas que acabam por frustrar a luita e impossibilitan um cambio social real, e aos homens que som cientes deste feito e da necessidade de câmbio: as mulheres feministas que também militamos em organizaçons mixtas precisamos o vosso apoio e posicionamento para fazer-lhes frente a estas situaçons, que nos afetam a todas.
APOIAM:
1. Anabel Crespo (ex-membra Comissom Feminista de Causa Galiza)
2. Carme Espinho (ex-membra Comissom Feminista de Causa Galiza)
3. Cris Rodrigues (ex-membra Comissom Feminista e ex-portavoz nacional de Causa Galiza)
4. Iria Calvelo (ex-membra Comissom Feminista de Causa Galiza)
5. Maria Osório (ex-membra Comissom Feminista de Causa Galiza)
6. África Leira Sanmartín (Militante feminista)
7. Aida Vasques Varela (militante feminista)
8. Alexandra Beiras Campos (militante feminista)
9. Ana Lage Cagide (militante feminista)
10. Andrea Alvar Novoa (Militante feminista)
11. Andrea D. Neira (militante feminista)
12. Andrea Estévez Barreiro (Militante feminista)
13. Andrea Tato Boullón (militante feminista)
14. Ángela Fraga María (Ativista transfeminista)
15. Antonella Rodríguez Acosta (Tamborililás)
16. Antonio Carlos Rodriguez Penin
17. Antía Pousa Pérez (Militante Feminista)
18. Anxela Crespo Fdez (Militante feminista)
19. Araceli Varela Gómez (Asemblea Feminista do Quilombo)
20. Beatriz Martínez-Sayanes de Sáa (militante feminista)
21. Borxa Mejuto Rei (independentista)
22. Cabral Helena
23. Carla Abella Vilariño (Roxa e pesca)
24. Carme Santisso (militante feminista)
25. Carmen Salvadores Cobas (Militante feminista)
26. Celia García Santomé (militante feminista)
27. Charo Lopes Sanches (independentista galega, militante feminista)
28. Chus Díaz Anca
29. Cristal Caride da Silva (militantefeminista)
30. Cristina Lestegás Peres (Militante feminista)
31. César Caramês Branco
32. Edurne Montes Dopazo (militante feminista)
33. Eire G. Cid (Corentena Producións)
34. Elena Penas Seoane (militante feminista)
35. Élia Lago (militante feminista)
36. Erea Branco (militante feminista)
37. Estrela Ferrenho Garcia (Feminista, independentista e socialista)
38. Gloria Docampo Corral
39. Helena Miguélez (L. S. Faisca, militante feminista)
40. Helena Sanmamede Maneiro (militante feminista)
41. Inma Rodríguez Villar (Militante feminista)
42. Iolanda Fernández Rivas (A Galheira, militante feminista)
43. Iolanda Galego (ex-militante de Causa Galiza, militante feminista)
44. Iolanda Lavandeira
45. Iria Aldomar Dosouto (Militante feminista)
46. Iria de Dios Flores (Militante feminista)
47. Iria Graña Rodríguez (militante feminista)
48. Iria Zas (militante feminista e sindical)
49. Isaura Barciela Varela (militante feminista)
50. Jana Eiroa Serrapio (militante feminista)
51. Julia M. R. (militante feminista)
52. Lara Machado Calles (militante feminista)
53. Laura Bugalho (militante feminista e sindical)
54. Leda Penabade da Vila (militante feminista)
55. Leticia Varela (ativista feminista)
56. Lia (Militante feminista)
57. Lola Ferreiro Díaz (militante feminista)
58. Lola Grande Yañez (Militante feminista)
59. Lorena Diz (Activista feminista)
60. Lucia Vizoso
61. Lucía Cedrón (Militante feminista e activista da MMM)
62. Lucía Dapena (militante feminista)
63. Lucía González Castro (Militante feminista)
64. Lucía Ordónhez (ativista feminista)
65. M. Asunción Cruces Artero
66. Maria Rosario Molares Molares
67. Maria Rosendo (ativista feminista)
68. Marinha Longa (Isca!)
69. Mariña López Varela (Militante Feminista)
70. María Arca
71. María José Ogando (Militante ecoloxista e feminista)
72. María Piñeiro Pérez
73. María Pérez Millán Mariou (Feminista)
74. Mercedes Teixeiro Gato (militante feminista)
75. Montserrat Sánchez Mancebo (militante feminista)
76. Natichi Grandal Crespo (militante feminista)
77. Nazaré Estévez (militante feminista)
78. Nerea Vázquez Lameiro (militante feminista)
79. Noelia Justo (BNG, militante feminista)
80. Noelia Outon Campos (militante feminista)
81. Nuria Pahino (Militante feminista)
82. Olaia Chaves Fariña (Militante feminista)
83. Paula Alonso Rivera (A Galheira, militante feminista)
84. Paula Rios Curbeira (Ativista feminista de Mulheres Nacionalistas Galegas)
85. Pesqueira Sandra
86. Pilar Canosa (Militante feminista)
87. Pilar Casás Barral (militante feminista)
88. Pilar González García
89. Pilar Rodríguez Pérez (Militante feminista)
90. Raquel Bellas Orjales
91. Raquel López Fernández (Militante feminista)
92. Rebeca Raso (militante feminista)
93. Rita González (Militante feminista)
94. Rochi Nóvoa
95. Rocío Sampaio (militante feminista)
96. Rosa Arauzo Quintero (PFMAmes . Mulleres Cristias Gallegas)
97. Rosa Quinteiro Rendo (militante feminista)
98. Rosa Santorum Paz (militante feminista)
99. Rosalia Balboa (militante feminista)
100. Sabela Fraga Costa (militante feminista)
101. Sara Martínez Bello (militante feminista)
102. Sara Ruíz Garcia (Militante feminista)
103. Sefa Rodrigues Porca (ex presa independentista galega)
104. Silvia Pardo Galdo
105. Sonia Blanco
106. Tatiana Bello (CNT)
107. Uxia Nieves Estevez
108. Verónica Fernández
109. Xandra Martínez Rodríguez (Militante feminista)
110. Xandra Táboas Martínez (A cova dos Ratos, Ameixas da Ría)
111. Xiana Rodrigues (ex presa independentista galega e militante feminista)
112. Ximena Mariel González (A Galheira, militante feminista)
113. Xácia Ceive (FEMforte, Sete Outeiros)
Rede Sorora Pepa A Loba Contactar o autor da petição