Educação Física No Ensino Médio


Convidado

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2016-09-23 01:05

Viemos através desta expor nossa extrema indignação perante a Medida Provisória (MP) sobre a reforma do Ensino Médio apresentada pelo Governo Federal e Ministério da Educação. Na qual retira o ensino da Educação Física, Artes, Filosofia e Sociologia, aumenta-se a carga horária, professores sem diploma específico e ensino técnico.
Entendemos que o ensino da educação física deve se estender durante todo o processo de ensino aprendizagem escolar, não se concentrando apenas no fundamental. O processo da construção de um cidadão crítico, participativo e consciente deve ocorrer durante toda a vida escolar do aluno, e não somente a educação física, mas também artes, sociologia e filosofia contribuem consubstancialmente para a consolidação desse processo. Retirar essas disciplinas e dar enfoque no ensino técnico para nós só obtém um sentido: a construção, não de um cidadão ativo, mas sim de um cidadão produtivo.
Outro ponto a ser destacado na MP é que permitirá que profissionais possam exercer a função de professores sem formação adequada, somente com o chamado “notório saber”. Mais uma vez nos deparamos com a falta da valorização da docência, que através destas reformas causa um enorme retrocesso na área. É de um total desrespeito com os professores que atuam nas escolas públicas do nosso país, sob situações que todos nós conhecemos, mas que mesmo assim garantem da melhor maneira o ensino as nossas crianças e adolescentes.
Muito se discutiu sobre a escola em período integral, visto que apesar de sua conjuntura ser muito favorável para um processo de ensino aprendizagem de qualidade, ela esbarra em diversos problemas. Com isso vem à pergunta: será que com o aumento da carga horária de 800 horas para 1.200 horas, toda a conjuntura educacional integral também será beneficiada com mais investimentos, merenda de qualidade, infraestruturas de qualidade? ou será somente um modelo que deixa nossos alunos na escola boa parte do dia, sob condições de sucateamento?
Portanto é claro que a Medida Provisória vem para atender as ideologias e estratégias de um governo elitista/neoliberal, que assumiu o poder através de um golpe, e que simplesmente passa por cima das Leis de Diretrizes e Bases. É de uma supérflua hipocrisia da senhora Maria Helena Guimarães, uma professora de Sociologia, que atualmente ocupa o cargo de secretária executiva do MEC, propor uma reforma educacional de cunho produtivista, retirando disciplinas do conhecimento que tem a mesma relevância que todas as outras, desvalorizar a docência e compactuar com a ideia de “flexibilidade e autonomia federativa, tentando consagrar o modelo educacional brasileiro”, como são as palavras ditas pelo Ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho.
É vergonhoso e frustrante para todos que entendem a educação como a melhor ferramenta para uma sociedade desenvolvida, reformas reducionistas, tecnicistas e produtivistas como a que o atual governo de Temer propõem.