Repúdio ao atentado contra o NUTH da Defensoria Pública/RJ

Mozart
Convidado

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2011-05-01 23:02

“Quando os trabalhadores redigiram uma lista de pedidos unânime, muito tempo se passou sem que pudessem notificar oficialmente a companhia bananeira. Imediatamente após ter conhecido a resolução, o Sr Brow enganchou no trem o seu suntuoso vagão de vidro e desapareceu de Macondo [...]. Os enlutados advogados demonstraram em juízo que aquele homem não tinha nada que ver com a companhia e, para que ninguém pusesse em dúvida os seus argumentos, fizeram-no prender como vigarista. Mais tarde, o Sr. Brow foi surpre-endido viajando incógnito num vagão de terceira classe e lhe fizeram assim outra cópia da lista de reivindicações. No dia seguinte, compareceu diante dos juízes com o cabelo pintado de preto e falando um castelhano fluente. Os advogados de-monstraram que não era o Sr. Brow, superintende da com-panhia bananeira e nascido em Prattsville, Alabama, mas um inofensivo vendedor de plantas medicinais, nascido em Macondo e ali mesmo batizado com o nome de Dagoberto Fonseca. Pouco depois, diante de uma nova tentativa dos trabalhadores, os advogados exibiram em lugares públicos o atestado de óbito do Sr. Brow, autenticado por cônsules e chanceleres [...]. Cansados daquele delírio hermenêutico, os trabalhadores repudiaram as autoridades de Macondo e su-biram com as suas queixas aos tribunais supremos. Foi lá que os ilusionistas do direito demonstraram que as reclama-ções careciam de toda validade, simplesmente porque a companhia bananeira não tinha, nem tinha tido nunca nem teria jamais, trabalhadores a seu serviço, mas sim que os re-crutava ocasionalmente e em caráter temporário.” (Cem a-nos de solidão, Gabriel Garcia Marquez)

MOZART Machado, estudante de Direito da UNESP