Exigência de manutenção da estrutura acadêmica do ensino fundamental na Escola Eleva
Somos pais de alunos do primeiro segmento do ensino fundamental da Escola Eleva Barra.
Recebemos ontem, faltando exato 1 dia útil para início do ano letivo, estarrecidos, as seguintes informações:
. eliminação da estrutura de TA fixa por turma a partir do 3º ano;
. eliminação do professor "especialista" de matemática até o 3º ano;
. dispensa de toda equipe de estagiários que compunham o SSS, mantendo-se apenas 1 psicopedagogo para atenção a todas as turmas de cada segmento (infantil a 1º ano; 2º a 5º ano; e demais séries).
Lembramos que, após a notícia de aquisição da Eleva pelo Grupo Inspired, foi realizada reunião de pais com a nova liderança, na qual nos foi garantido que a estrutura acadêmica da escola seria mantida. A rematrícula foi feita em novembro, a estrutura de apoio aos estudantes do ensino fundamental era amplamente conhecida e esperada pelas famílias. O desfazimento abrupto dessa estrutura representa quebra contratual e fere a legítima expectativa das famílias pela qualidade do serviço educacional prestado pela escola.
No tocante ao professor "especialista de matemática", embora saibamos que a formação dos docentes deste segmento é generalista, sempre foi trunfo e divulgado pela Escola Eleva a especialização dos professores para português, inglês e matemática. Acreditamos que a dedicação especial à disciplina de matemática nos assegurava professores de prática mais consolidada, proporcionando melhores resultados de aprendizado.
Com relação à eliminação de TA permanente por turma, pontuamos o absurdo desta decisão. Em primeiro lugar pelo tamanho das turmas da Eleva, muito elevado em comparação a outras escolas de referência. No 3º ano, por exemplo, são, em média, 26 alunos em cada uma das 5 turmas, totalizando 130 crianças. Em segundo lugar, trata-se de segmento fortemente afetado pela pandemia, que prejudicou e muito a fase de alfabetização, intensa em necessidade de atenção mais individualizada. A escola pretende que a assistência seja mantida com TAs volantes. No 3º ano, 2 para 5 turmas, 130 alunos. Em que mundo se imagina que os pais acreditem em uma assistência efetiva sem presença do profissional em sala?
Nossas mensalidades foram aumentadas. Hoje, as famílias que ainda conseguem realizar o esforço de manutenção na escola desembolsam 6.500,00 por mês por criança. O que explica esse corte despropositado de custo? O que explica o sacrifício do desenvolvimento e suporte de nossas crianças para maior lucro? A Eleva diz-se uma escola de referência. Tal decisão não é compatível com o que se propaga.
Ainda mais trágico é o descaso com as crianças assistidas pelo SSS, estrutura de apoio psicopedagógico para crianças com dificuldades de desenvolvimento/aprendizagem. Este era um dos maiores diferenciais da Escola Eleva, do conceito de educação integral, cidadã, comunitária, mas atenta às peculiaridades de cada indivíduo. A estrutura foi desmontada, sem prévio aviso. Pior, sem aviso posterior tempestivo, sendo todas as famílias surpreendidas às vésperas do início das aulas, sem chance de reação.
O pacote foi entregue como fechado, não sujeito à discussão e essas famílias, em especial, veem-se diante da absurda escolha de retirarem os filhos da escola às pressas ou considerarem um ano letivo perdido para todos aqueles que necessitam de assistência permanente em sala, seja por profissionais formados ou por estagiários em formação, que realizavam o trabalho em contato mais próximo aos alunos, revezando-se, nesse trabalho, com as TAs, agora também cortadas.
A escola inclusiva, humana, cujos valores são Respeito, Entusiasmo, Excelência, Responsabilidade e Bondade decidiu, unilateralmente, descontinuar a assistência efetiva a seus alunos com necessidades especiais diversas, sem consulta, sem comunicação, depois de cobrar mensalidade do novo ano, pedir material, recebendo-nos apenas um sorriso no rosto: sejam bem-vindos a essa armadilha. As aulas começam na segunda. Agora não há o que fazer.
Cobramos da Escola Eleva e do Grupo Inspired não apenas explicações, mas a revisão dessas medidas naquilo que se mostra absurdo (como desmonte de TA e SSS) e um plano de transição para as "novas diretrizes" que considere tempo de adaptação e treinamento adequado dos profissionais. Nossos filhos não são cobaias.
Patrícia Simões de Carvalho Contactar o autor da petição